Dr. Luiz Flávio
O aborto espontâneo acontece com cerca de 20% das gestações, sendo uma das principais intercorrências obstétricas.
Ele pode ocorrer por diversos fatores, muitas vezes, não identificáveis. Além do aspecto físico que envolve o processo, a saúdeemocional da mulher e do seu parceiro também são afetados. Sentimentos como frustração, culpa e luto são comuns nessa fase, por isso, o apoio médico, psicológico e familiar é essencial.
Nesse artigo, vamos mostrar o que pode provocar o abortamento espontâneo e qual é a conduta recomendada pós-abortamento para as mulheres que querem ou não tentar engravidar novamente.
Boa leitura!
O abortamento espontâneo é definido pela interrupção da gestação antes da 20ª semana, onde o produto da concepção (aborto) pesa até 500 gramas. Na maioria dos casos, ele ocorre antes da 12ª semana. Por algum fator — muitas vezes não identificado — o feto não se desenvolve conforme o esperado, causando o evento.
Ele é resultado de uma ação involuntária e apesar de ser uma experiência relativamente comum, é um momento muito delicado para a mulher e a sua família.
Quando a mulher passa por mais de 3 abortamentos consecutivos, chamamos de abortamento de repetição. Nesses casos, a mulher deve procurar um ginecologista para investigar e tratar as causas, pois há um maior risco de que o evento se repita.
Alguns fatores estão associados a um maior risco de abortamento espontâneo, são eles:
Todos os fatores acima podem afetar a saúde reprodutiva da mulher e alterar a qualidade e a quantidade dos gametas femininos. Ter um estilo de vida saudável é a maneira mais indicada de diminuir os riscos evitáveis de abortamento.
Na maioria dos casos, o seu motivo é indeterminado. No entanto, entre as causas mais comuns de abortamento espontâneo, temos: anormalidades cromossômicas, anormalidades uterinas e infecções. A seguir, vamos mostrar esses fatores com mais detalhes.
O ser humano é formado por um conjunto de 46 cromossomos, sendo metade de origem materna e a outra metade, paterna. Eles carregam as informações do indivíduo, como o seu sexo, cor da pele, dos olhos e do cabelo.
As anomalias cromossômicas são a principal causa de abortamento espontâneo, especialmente, nas primeiras semanas da gestação. Elas estão relacionadas a um problema no processo de divisão celular provocando um erro na quantidade ou na estrutura dos cromossomos e, consequentemente, podem resultar em um abortamento.
Problemas congênitos no útero também podem provocar abortamentos espontâneos. Malformações como o útero bicorno, septado e didelfo estão relacionados à dificuldade para engravidar e, eventualmente, abortamentos de repetição.
É muito comum que eles não apresentem sintomas e sejam diagnosticados a partir da investigação das perdas gestacionais.
As infecções — complicações provocadas por vírus e bactérias — podem comprometer a saúde reprodutiva da mulher e aumentar o risco de abortamento espontâneo.
Elas podem ser causadas por uma complicação decorrente de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a sífilis, a gonorreia e a clamídia. Quando não são tratadas adequadamente, podem afetar o endométrio, aumentando o risco de abortamento.
A recuperação física da mulher após abortamento é relativamente rápida e a menstruação pode retornar após 4 a 8 semanas. A recuperação da fertilidade também, por isso, a conduta indicada é que a mulher receba orientação sobre métodos contraceptivos e sobre como se planejar para uma futura gravidez, caso seja do seu interesse.
A decisão de tentar engravidar novamente ou não deve partir da mulher, no momento que ela se sentir segura. É válido ressaltar que ter passado por um abortamento não impede uma futura gravidez.
O apoio psicológico é muito importante durante esse momento para que o casal se recupere emocionalmente. Caso queiram engravidar, é recomendado que a mulher aguarde, pelo menos, um ciclo menstrual após o abortamento para uma melhor saúde física e psicológica. Durante esse período, o casal deve usar algum método contraceptivo.
O abortamento espontâneo é definido pela interrupção da gravidez antes da 20ª semana. Apesar de a sua causa não ser identificável na maioria dos casos, as principais causas estão relacionadas a problemas no desenvolvimento do feto ou na saúde da mulher. Em geral, a paciente tem uma recuperação rápida, podendo engravidar novamente, se esse for o seu desejo.
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