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Cistos anexiais

por Dr. Luíz Flávio Cordeiro

Cistos anexiais

Os avanços nas técnicas diagnósticas por imagem, como a ultrassonografia transvaginal, permitiram a identificação com mais precisão de massas anexiais, estruturas com diferentes etiologias que se formam nos órgãos reprodutores femininos, como ovários, tubas uterinas e útero.

O diagnóstico de massas anexiais gera preocupação, principalmente pelo temor de sua associação com câncer, mas a incidência é extremamente baixa, cerca de 2%. Entretanto, existem outras etiologias de massas anexiais mais prevalentes e menos graves.

Massas anexiais mais comuns são os cistos ovarianos, cavidades anormais que geralmente contêm uma substância mole e apresentam parede própria. Assim sendo, cistos ovarianos são bolsas que contêm líquido e se formam em decorrência de alguns fatores no interior dos ovários ou em sua superfície. Os tumores malignos, diferentemente dos cistos, normalmente apresentam-se como componentes sólidos, mas nem sempre.

Boa parte das mulheres deve apresentar algum tipo de cisto no ovário, na grande maioria dos casos cistos funcionais, uma vez que os ovários são órgãos dinâmicos. Geralmente essa condição é assintomática, mas alguns tipos de cistos podem causar sintomas. Os cistos hemorrágicos, cujo conteúdo é predominantemente de sangue, podem causar dor pélvica aguda de modo repentino, geralmente no período da ovulação. Nesses casos, há o risco de rompimento e de o sangue afetar a cavidade abdominal, provocando dores intensas.

Devido ao dinamismo do funcionamento ovariano, os cistos funcionais, muitas vezes, surgem e desaparecem sem que a mulher identifique sintomas relacionados. Quando um cisto, no entanto, cresce e não desaparece, pode provocar outras complicações, devendo ser investigado.

Cisto no ovário é uma condição diferente da síndrome dos ovários policísticos (SOP), provocada por uma alteração hormonal específica. Se quiser saber mais sobre a SOP, acesse o texto que elaboramos especificamente sobre esse assunto.

Tipos de cistos

Os cistos apresentam diferentes etiologias, principalmente ginecológicas. Existem diversos tipos de cisto: funcional, hemorrágico, cistadenoma, dermoide, endometrioma, entre outros.

Em duas situações existe risco aumentado para o desenvolvimento de cistos: histórico familiar de cisto ovariano e uso de medicamentos para estimulação ovariana, utilizados em técnicas de reprodução assistida.

O cisto mais comum nos ovários é o funcional, que pode ser folicular ou lúteo. Durante a fase de crescimento folicular no ciclo menstrual, os folículos crescem até que um deles atinja o tamanho adequado. Nesse momento, todos os outros atrofiam e são absorvidos pelo organismo. Quando o folículo não ovula, ou seja, quando ele não libera o óvulo que está em seu interior, ele se torna um cisto funcional, especificamente folicular, nesse caso. O cisto lúteo é formado logo após a ovulação.

Por estarem relacionados ao ciclo menstrual, os cistos funcionais surgem, na grande maioria das vezes, durante a vida fértil da mulher.

Os cistos hemorrágicos são, na grande maioria dos casos, benignos, mas podem causar dor intensa e, em casos extremos, demandar intervenção cirúrgica.

Os cistadenomas são cistos constituídos de células similares às do epitélio endocervical. Eles podem alcançar grandes dimensões e, normalmente, se formam em um único ovário.

Os cistos dermoides são assim denominados devido ao tecido que os constitui. São formados a partir de células germinativas, apresentando características semelhantes às das células da pele e de outros elementos, como gorduras, cabelos e ossos.

Os endometriomas ovarianos são cistos achocolatados derivados da descamação de implantes de células endometrioides localizadas, geralmente, na superfície do peritônio ou da parede posterior do útero. Se quiser saber mais sobre essa doença, acesse o texto que elaboramos especificamente sobre ela aqui.

Sintomas

A maioria dos cistos, principalmente os funcionais, não provoca sintomas. Eles crescem e desaparecem sem que a mulher identifique qualquer sinal de sua existência.

No entanto, dependendo das características e etiologia do cisto, podem surgir sintomas, como:

Como os sintomas podem ser similares aos de outras doenças, a avaliação diagnóstica deve ser ampliada.

Diagnóstico

Um exame de rotina pode identificar um cisto, mas existem exames especializados para tal fim, como:

A ultrassonografia, principalmente a transvaginal, é fundamental para o diagnóstico de cistos. No entanto, nem sempre é possível visualizar claramente a região, sendo, algumas vezes, necessária a ressonância magnética, atualmente exame de imagem importante para a avaliação de muitas condições tanto do homem como da mulher.

Tratamento

O tratamento dos cistos ovarianos está relacionado às suas características morfológicas e aos sintomas relacionados. Deve ser individualizado, de acordo com diversos fatores, incluindo os objetivos da paciente, que pode ter planos de engravidar.

Na grande maioria dos casos, o tratamento não é necessário e poucos são os cistos que requerem abordagem cirúrgica.

Em casos de malignidade, o mais indicado é a cirurgia. Se for comprovado cisto maligno, há a necessidade também de complementação do tratamento.

O diagnóstico precoce é fundamental para o bom prognóstico de qualquer doença, portanto recomenda-se o acompanhamento periódico com um ginecologista.

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