Dr. Luiz Flávio
O câncer colorretal, que acomete o intestino grosso, do reto e do ânus é uma doença comum. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, em 2018, 36.360 pessoas, entre homens e mulheres, foram diagnosticadas com a doença, que pode levar à morte.
Na maioria dos casos, felizmente, a doença é curável, especialmente quando detectada precocemente e, nesse contexto, a colonoscopia desempenha papel fundamental.
Além do câncer, a colonoscopia pode diagnosticar e tratar pólipos, o que é muito importante, pois lesões benignas podem crescer na parede interna do intestino grosso e desenvolver tumores, doenças inflamatórias e a doença diverticular dos cólons. Por isso, o exame é fundamental no diagnóstico e definição do tratamento correto, ajudando com que terapias agressivas como a radioterapia e a quimioterapia possam ser evitadas.
Por isso, se sintomas como desconforto abdominal, fraqueza, anemia, perda de peso repentina e, principalmente, sangue nas fezes e dores contínuas no abdômen forem percebidos, é muito importante que um médico seja consultado para investigação.
Este texto aborda um pouco mais sobre o que é a colonoscopia, suas indicações, quais doenças pode tratar e, principalmente, como é realizada. Se você já foi diagnosticado ou diagnosticada com o problema ou apresenta sintomas, acompanhe o artigo e descubra de que maneira o exame é feito e como pode te ajudar.
O exame é, na verdade, uma endoscopia, com a particularidade de que é realizada pelo ânus, procedimento que possibilita a detecção de pólipos, inflamações, úlceras, divertículos, tumores e lesões pré-neoplásicas.
A colonoscopia é realizada por meio de um instrumento endoscópico chamado colonoscópio, um tubo bastante flexível, equipado com luz e uma câmera, que transmite as imagens do intestino grosso para um monitor, o que permite ao médico detectar, fazer a coleta de amostras para biópsia e, eventualmente resolver problemas precocemente.
O colonoscópio é dotado de um controle, por meio do qual o médico pode mudar a curvatura para onde o equipamento se direciona e, assim, monitorar e performar intervenções com auxílio da câmera com zoom, que permite, além de captar imagens, gravar vídeos.
Para que a visualização da região colorretal seja possível, a área deve estar limpa, mais do que se exige para a ultrassonografia especializada para endometriose. Assim, existem algumas medidas que o paciente ou a paciente deve tomar.
O médico deve pedir que algumas medicações, o uso de bebidas alcoólicas e o consumo de alimentos sólidos sejam interrompidos alguns dias antes do procedimento, de modo a evitar a presença de fezes e interferências na anestesia.
Além disso, para otimizar a limpeza, o paciente ou a paciente deverá fazer uso de medicações laxativas e jejum de oito horas até o exame. Na clínica, deverá se apresentar com antecedência, onde receberá uma nova medicação necessária para que o processo seja otimizado.
Após a limpeza, a equipe médica checa sinais vitais da paciente (pulso e pressão arterial) e realiza a punção venosa, por onde serão administrados medicamentos contra náuseas, soro fisiológico, para hidratação, e medicações anestésicas.
No momento do início do exame, a paciente ou o paciente fica deitado de lado, o que facilita a introdução do colonoscópio pelo ânus progredindo-o até a porção final do intestino grosso.
Se, durante a colonoscopia, forem percebidas alterações na mucosa, como uma inflamação, o médico ativa uma pinça, presente no instrumento, que retira um fragmento para biópsia em laboratório. Da mesma forma, caso seja detectada uma lesão com características malignas, a biopsia deve ser realizada para se fazer o diagnóstico correto.
O procedimento é rápido e costuma ser finalizado em menos de 30 minutos, mas faz-se necessário a observação por um período maior, de cerca de uma a duas horas após o fim da colonoscopia, para que o paciente ou a paciente se recupere totalmente da sedação. Por esse motivo, também é preciso que a pessoa esteja acompanhada no dia do exame e que evite dirigir.
Para pessoas no grupo de risco, a colonoscopia deve ser realizada periodicamente, mesmo que nenhum problema seja inicialmente encontrado.
Além da hipótese de apresentação dos sintomas de câncer colorretal, quando a consulta com um médico deve ser realizada o quanto antes, a idade é um fator importante. O exame é indicado para pessoas acima dos 50 anos ou mais jovens, quando houver casos de tumores intestinais na família.
No entanto, histórico familiar de outros tipos de cânceres (no ovário, útero ou na mama, por exemplo) ou de doenças inflamatórias do intestino, além do tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, exigem atenção devido à maior chance de desenvolvimento da doença.
Além disso, pessoas com excesso de peso corporal, maus hábitos alimentares — dieta pobre em fibras, consumo de carnes processadas e ingestão excessiva de carne vermelha —, e profissionais do ramo da radiologia apresentam maior risco de câncer no intestino e reto e, por isso, é importante investigar.
Para que não restem dúvidas, a colonoscopia costuma ser indicada para pessoas com suspeitas de câncer em qualquer região examinada pelo procedimento e para a investigação de causas da anemia ferropriva, alterações do hábito intestinal e em caso de alterações no exame de fezes.
A colonoscopia é um exame que costuma ser indicado para homens e mulheres acima dos 50 anos, ou antes, caso apresentem sintomas ou em casos de câncer colorretal ou doenças similares na família. O procedimento é bastante simples, geralmente realizado em menos de 30 minutos.
Por meio de um tubo flexível, o médico pode avaliar, com auxílio de uma câmera, o intestino grosso e remover fragmentos para biópsia ou, se encontrar pólipos, retirá-los no mesmo momento.
Se você quiser saber mais sobre o exame, como sintomas do câncer colorretal e as contra indicações para sua realização, confira nossa página sobre colonoscopia aqui no site.