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Endométrio: o que é?

Endométrio: o que é?

Dr. Luiz Flávio

O aparelho reprodutor feminino é um sistema de funcionamento complexo, regido pela ação dos hormônios femininos (estrogênios e progesterona). A produção desses hormônios varia de acordo com a fase do ciclo menstrual, à medida que o corpo da mulher se prepara para gestar. Um elemento fundamental em todo esse processo é o endométrio, a camada mucosa que reveste internamente o útero.

Como o útero tem a função primordial de abrigar o bebê durante toda a gestação, o endométrio é precisamente o tecido onde o embrião se implanta para que seja iniciada a gravidez.

Neste artigo você poderá compreender melhor o papel do endométrio no sistema reprodutor feminino e as transformações que ele sofre ao longo de cada ciclo menstrual. Continue a leitura para saber mais.

O papel do útero e do endométrio

O útero é um órgão em formato de pera que está no centro do sistema reprodutor feminino. Da sua parte superior, em cada lateral, sai uma tuba uterina, em cuja extremidade se encontra o  ovário. Já na parte de baixo, o útero é conectado ao canal vaginal, pelo qual está ligado à parte externa do corpo. A cada ciclo menstrual, um ovário dispensará um óvulo maduro, que seguirá pela tuba adjacente para ser fecundado. Se isso acontecer, o embrião seguirá em direção ao útero para se fixar e assim terá início uma gestação.

A função principal do útero, portanto, é servir de abrigo para o embrião – futuramente feto – ao longo de toda a gravidez. Por isso, esse órgão é oco e suas paredes são compostas por três camadas: a mais externa é o perimétrio, composta por tecido conjuntivo; a camada do meio é o miométrio, formada por músculos; já o revestimento interno é um tecido mucoso chamado de endométrio. É nessa última camada que o embrião se implanta para dar início à gravidez.

O endométrio e o ciclo menstrual

O ciclo menstrual é um processo contínuo do organismo feminino e um importante indicador da saúde reprodutiva da mulher. O primeiro dia do ciclo é marcado pelo início da menstruação. Nesse momento, a taxa hormonal está em baixa e a superfície do endométrio está sendo eliminada por meio do sangramento vaginal.

Em um segundo momento, os hormônios femininos passam a ser produzidos em maior quantidade e o endométrio começa a se espessar, com o objetivo de criar as melhores condições dentro do útero para que um embrião se implante. No período fértil, por volta do 14º dia do ciclo, esse processo preparatório do endométrio está concluído. Paralelamente ocorre a ovulação, quando um óvulo é liberado por um dos ovários na tuba uterina, para ser fecundado. É nesse momento que a mulher tem maior probabilidade de engravidar.

Se a fecundação efetivamente ocorrer, o embrião desce pela tuba uterina e se implanta no endométrio. Quando essa implantação (também chamada de nidação) acontece, começa a gestação. Caso contrário, as taxas hormonais caem e o endométrio começa a se descamar novamente, iniciando mais um ciclo menstrual.

O que é endometriose?

Algumas mulheres desenvolvem implantes de tecido semelhante ao endometrial em outros órgãos do corpo – ou seja, fora do útero. Essa característica é própria de uma doença chamada endometriose.

Não se sabe com certeza o que leva a paciente a desenvolver a endometriose, porém uma teoria bastante aceita é a da menstruação retrógrada, pela qual durante o período menstrual algumas células endometriais refluem pelas tubas uterinas na forma de sangramento e se alojam em outros locais. A endometriose é mais comum nas tubas uterinas, ovários, peritônio, região retrocervical e outros órgãos da cavidade abdominal, como bexiga e intestinos.

Por terem características muito semelhantes às do endométrio tópico, que reveste o útero, esses implantes de endometriose localizados em outros órgãos sofrem a mesma ação dos hormônios femininos ao longo do ciclo menstrual. Assim, esse tecido cresce e descama, causando um processo inflamatório que pode ter como resultado fortes dores pélvicas, cólicas intensas, dores durante a relação sexual, entre outros sintomas. Em alguns casos, a endometriose pode até mesmo levar à infertilidade.

No entanto, a endometriose pode não apresentar sintomas ou ter o seu quadro confundido com o de outras doenças. Por isso, o diagnóstico pode levar anos. Para evitar essa situação e fazer o tratamento ou acompanhamento adequado assim que possível, é fundamental que a mulher fique atenta a quaisquer sinais e visite seu ginecologista periodicamente para fazer os exames anuais de rotina.

Quanto antes for descoberta, mais facilmente a endometriose pode ser tratada para diminuir os sintomas, melhorar a qualidade de vida — e até mesmo para restaurar a fertilidade, se esse for o seu desejo. Compreender a importância e o funcionamento do endométrio é fundamental para entender a complexidade dessa doença. Para saber mais sobre endometriose, toque aqui.

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