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Endométrio: qual a importância para a gravidez?

Endométrio: qual a importância para a gravidez?

Dr. Luiz Flávio

Ao longo de uma gestação, para que o embrião possa se desenvolver de uma única célula até um indivíduo completo, com todos os seus órgãos, membros e sistemas em pleno funcionamento, o corpo da mulher passa por uma série de mudanças. São essas alterações que permitem que o desenvolvimento do embrião ou feto ocorra da melhor maneira possível, e elas começam antes mesmo da gravidez.

Em cada ciclo menstrual, o corpo feminino se prepara para uma possível gestação. Todo ciclo começa com a menstruação, quando a superfície do endométrio (camada mucosa que reveste o útero internamente) é eliminado na forma de sangramento.

Em seguida, esse mesmo tecido começa a se espessar, preparando-se para que, caso ocorra a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, o embrião resultante encontre nele condições adequadas para se implantar e começar a gravidez.

Neste artigo, vamos abordar o papel do endométrio para a gestação. Continue a leitura para saber mais.

O endométrio na gravidez

O útero, órgão do corpo feminino onde o embrião se desenvolverá até o nascimento do bebê, tem sua parede composta por três camadas: perimétrio (mais externa, formada por tecido conjuntivo), miométrio (intermediária, de tecido muscular liso) e endométrio (camada mucosa, interna).

Por estar no interior desse órgão oco, é no endométrio que o embrião, ao chegar no útero, vai se fixar para iniciar a gravidez. Para isso, é necessário que esse tecido esteja preparado, na espessura correta e com todas as condições necessárias para favorecer a implantação e desenvolvimento do embrião. Apenas após a implantação é que se desenvolverá a placenta, que então passará a ser responsável pela nutrição do futuro bebê.

O endométrio tem, portanto, um papel fundamental na preparação do corpo feminino para receber o embrião, para que a gravidez possa iniciar de maneira bem-sucedido. Por isso, no decorrer de cada ciclo menstrual, o endométrio passa por três fases, de acordo com a ação dos hormônios femininos:

  • Fase proliferativa: ocorre após a menstruação, e é quando o endométrio se torna mais espesso pela ação do estrogênio;
  • Fase secretora: nesse momento, o estrogênio e a progesterona agirão para que o endométrio tenha todas as condições necessárias para que o embrião se fixe no útero e continue o seu desenvolvimento;
  • Fase menstrual: ocorre somente se não houver fecundação, pois nesse caso a taxa de hormônios femininos cai rapidamente e a superfície do endométrio começa a se desprender para ser então eliminada na menstruação.

Problemas que afetam o endométrio

Algumas doenças e condições de saúde podem prejudicar o endométrio e, consequentemente, a implantação embrionária. Saiba mais abaixo.

Miomas uterinos

Miomas são tumores benignos formados no miométrio, que podem se projetar na parede externa ou interna do útero. No segundo caso, eles se desenvolvem em direção ao endométrio, prejudicando a implantação embrionária. Cerca de 75% das mulheres com miomas são assintomáticas. Outras podem apresentar sintomas como dor pélvica e durante as relações sexuais, além de sangramento vaginal anormal.

Endometrite

A endometrite é uma inflamação do endométrio, que acontece em consequência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) ou outras doenças. Ela pode causar febre, dores abdominais, sangramento ou corrimento anormais e infertilidade.

Câncer de endométrio

É mais comum em mulheres acima dos 50 anos (mais de 90% dos casos) e tem bom prognóstico de tratamento se diagnosticado rapidamente. O sintoma mais comum é o sangramento vaginal anormal, ou seja, entre os ciclos menstruais, menstruação de fluxo muito intenso ou qualquer sangramento em mulheres após a menopausa.

Endometriose

Outra doença comum relacionada ao endométrio é a endometriose. Ela consiste na presença, fora do útero, de células semelhantes às endometriais. Normalmente esses implantes ocorrem na região retrocervical, tubas uterinas, ovários (desenvolvendo cistos chamados endometriomas) e peritônio, mas eles podem estar presentes também em outros órgãos próximos, como bexiga, ureteres e intestino.

Mesmo estando localizados em outros órgãos, os implantes de endometriose sofrem os mesmos efeitos que os hormônios femininos exercem sobre o endométrio no útero: eles crescem na fase proliferativa e descamam durante a menstruação. Dessa forma, a mulher pode desenvolver um processo inflamatório nesses locais, o que tende a provocar dores e outros sintomas que afetam a qualidade de vida.

Por ter sintomas muito semelhantes a outras condições, além de ser assintomática em algumas mulheres, a endometriose é uma doença de difícil diagnóstico, podendo levar anos para ser identificada.

Entre os sintomas possíveis estão dores pélvicas, desconforto durante as relações sexuais e fortes cólicas antes e durante o período menstrual. Em alguns casos, a doença pode levar à infertilidade.

A endometriose atinge cerca de 15 a 20% das mulheres em idade fértil, por isso é importante ficar atenta aos possíveis sintomas e fazer um acompanhamento de rotina com um ginecologista. Essas práticas auxiliam na detecção precoce da doença e, consequentemente, permite que ela seja tratada o mais rapidamente possível. Para saber mais sobre endometriose, toque aqui.

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