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Endometriose: como é a prevenção?

Endometriose: como é a prevenção?

Dr. Luiz Flávio

A endometriose é uma das doenças mais comuns entre as mulheres em idade reprodutiva no Brasil e no mundo. Seu diagnóstico, porém, torna-se mais difícil por ser uma doença assintomática em cerca de 20% das mulheres, o que faz com que muitas a descubram ao fazer os exames ginecológicos de rotina.

Os tratamentos mais comuns são os contraceptivos orais combinados e intervenções cirúrgicas minimamente invasivas. Quando a mulher não faz consultas ginecológicas regularmente, quadros assintomáticos podem desenvolver-se silenciosamente e comprometer o bom funcionamento do corpo como um todo, inclusive sua fertilidade.

A endometriose é também uma doença cujas causas não são bem determinadas ainda, o que dificulta a criação de uma conduta de prevenção à doença. Nesse caso, a melhor prevenção é realmente ir ao ginecologista ao menos uma vez ao ano.

Quer entender melhor o que é endometriose e a importância das consultas ginecológicas de rotina? Acompanhe a leitura!

O que é endometriose?

Para entender a endometriose, vamos olhar atentamente para a dinâmica hormonal do ciclo reprodutivo feminino. Todas as fases desse processo são controladas hormonalmente por picos de secreção de determinados hormônios pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, daí o comportamento cíclico das funções reprodutivas da mulher.

O hipotálamo libera GnRH e com isso estimula a hipófise a produzir FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante). Sob a ação desses dois hormônios, o ovário estimula a ovulação e produz progesterona e estrogênios.

Os estrogênios são uma classe de hormônios produzidos, mais especificamente, pelos folículos ovarianos maduros, e sua principal função está ligada ao crescimento de tecidos, especialmente o tecido endometrial, enquanto a progesterona provoca a decidualização das células endometriais. Durante um ciclo menstrual habitual, estes hormônios aumentam e diminuem seus níveis de forma cíclica.

Endometriose é uma doença hormônio-dependente, na qual há o crescimento anormal de tecido endometrial ectópico, ou seja, fora do local original, nesse caso a cavidade uterina. Como esse tecido é semelhante ao endométrio, também fora do útero responde ciclicamente às alterações hormonais do ciclo reprodutivo, descamando e provocando uma inflamação local.

Causas e fatores de risco

As causas da endometriose ainda não são completamente determinadas, uma vez que ela pode se manifestar de diversas formas. Acredita-se que seja uma doença de origem multifatorial, portanto resultado da combinação de fatores genéticos, hormonais e imunológicos.

Ainda assim, alguns fatores de risco podem ser delineados de acordo com o perfil das mulheres que apresentam endometriose, como presença de outras mulheres na família com endometriose, qualquer condição de saúde que não permita que o fluxo menstrual seja expelido naturalmente pelo organismo, como malformações genitais.

Prevenção

A prevenção mais efetiva para uma doença tão silenciosa é antes de tudo o acompanhamento preventivo com o médico, que pode ser feito nas consultas de rotina. Aconselha-se que mulheres em idade reprodutiva façam consultas anuais, em que exames preventivos de rotina são solicitados e analisados. Somente esse hábito pode prevenir efetivamente a evolução e o desenvolvimento de doenças como a endometriose.

Paralelamente, é importante que a mulher conheça os sintomas da endometriose para que possa estar atenta, caso apareçam no período entre as consultas de rotina. A observação atenta das rotinas reprodutivas pode identificar a presença de fortes cólicas menstruais, dores abdominais durante a ovulação ou menstruação e dificuldade reprodutiva.

Não é apenas a saúde física do sistema reprodutor feminino que é afetada pela endometriose. Especialmente os sintomas dolorosos e a infertilidade, consequências da doença, têm participação central no desenvolvimento de transtornos psicológicos, como a depressão e a ansiedade.

Além disso, quando os sintomas da endometriose são intensos, as dores pélvicas podem ser incapacitantes, levando as mulheres a se ausentar da vida social e produtiva por causa da doença, o que também prejudica a saúde mental e social, além de agravar os sintomas físicos.

Assim, a prevenção e o controle da endometriose evitam não só o sofrimento físico causado tanto pelos sintomas dolorosos como pela dificuldade reprodutiva, mas também todos os transtornos psicológicos e sociais secundários que são resultado da convivência da mulher com a enfermidade.

Tratamento da endometriose

O tratamento da endometriose é individualizado. É importante eleger prioridades objetivas, como aliviar a dor, impedir o progresso da doença, procurando preservar a função reprodutiva nas mulheres que desejam ter filhos.

Os tratamentos mais difundidos atualmente são os medicamentosos, os cirúrgicos ou a combinação de ambos.

O tratamento farmacológico é feito em casos mais brandos ou quando a doença é identificada em estágios iniciais, já que as taxas de recorrência ainda são relevantes. Esse tratamento é feito pela administração de medicações hormonais.

A forma mais definitiva de lidar com a endometriose pode, no entanto, ser o tratamento cirúrgico, que consiste na retirada dos implantes de endometriose por videolaparoscopia, preservando a função dos órgãos reprodutivos (útero, tubas uterinas e ovário). Na grande maioria dos casos, quando da correta indicação cirúrgica, há sucesso na reversão do quadro de endometriose.

Conheça melhor a endometriose e seus sintomas tocando aqui.

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