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Endometriose e aborto espontâneo

Endometriose e aborto espontâneo

Dr. Luiz Flávio

A endometriose é uma das doenças ginecológicas mais comuns entre as mulheres em idade reprodutiva. Nas últimas décadas, muitos estudos estão sendo realizados para entendermos os seus sintomas e as suas consequências para a saúde da paciente. O aumento do risco de aborto espontâneo é uma das complicações e, neste artigo, vamos explicar essa relação.

O abortamento espontâneo acontece por causas naturais, em geral, devido a uma anormalidade do embrião. Quando o abortamento acontece mais de duas vezes consecutivas e antes da 20ª de gestação, dizemos que houve um abortamento de repetição.

Neste artigo, vamos mostrar a relação entre a endometriose e uma das principais complicações que podem ocorrer durante o primeiro trimestre da gestação, o abortamento espontâneo.

Boa leitura!

O que é endometriose?

A endometriose é caracterizada pelo aparecimento de células endometriais fora da camada interna do útero, que chamamos de endométrio. Essa camada é importante durante o ciclo menstrual, pois ela se torna mais espessa para receber o embrião. Se a mulher não engravidar, a camada descama dando origem a menstruação.

Os locais mais afetados pela endometriose são ovários, tubas uterinas, ligamentos próximos ao útero, intestino e peritônio. Mesmo estando fora da cavidade uterina, as células continuam respondendo à ação hormonal e crescendo ao longo do ciclo menstrual.

Porém, como estão no local errado, não há saída para eliminar esse tecido endometrial. Resultado: um processo inflamatório acontece na região, provocando lesões e aderências nos órgãos afetados. A inflamação provoca muitas dores na paciente, que podem chegar a níveis incapacitantes.

Assim sendo, a paciente pode ter complicações antes (devido a maior dificuldade para engravidar) e durante a gestação.

A endometriose pode aumentar o risco de aborto?

Segundo estudos, a endometriose pode aumentar o risco de algumas complicações durante a gestação, como o aumento do risco de gravidez ectópica (quando ela ocorre fora do útero) e de abortamento.

O abortamento espontâneo é um dos problemas mais comuns durante a gravidez e pode ser causado por diversos fatores, como:

  • anormalidades cromossômicas;
  • mal formação uterina;
  • infecções e;
  • fatores ambientais.

Com relação a endometriose, os tipos da doença podem causar diferentes complicações. Os endometriomas são cistos que se formam nos ovários e podem afetar a qualidade dos óvulos e, como consequência, dos embriões.

A doença também provoca um processo inflamatório nas regiões atingidas, o que pode afetar a receptividade do endométrio para receber o embrião. Esses dois fatores relacionados com a endometriose podem aumentar o risco de um abortamento espontâneo.

No entanto, vale reforçar que risco não significa certeza. Cada gravidez é única e a gestante diagnosticada com endometriose deve ter um pré-natal mais rigoroso para acompanhar de perto a sua saúde e a do bebê.

É possível prevenir o aborto espontâneo?

O abortamento espontâneo não é um evento raro. Estima-se que cerca de 20% das gestações são interrompidas por esse motivo. Diversos fatores influenciam, sendo a idade uma delas. O risco de abortamento espontâneo é maior a partir dos 35 anos. A partir dessa fase, tanto a qualidade, quanto a quantidade de óvulos da mulher começa a entrar em declínio.

Além dos fatores de risco que mostramos no tópico anterior, o baixo peso, a obesidade e hábitos como tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e cafeína em excesso também devem ser destacados.

Por isso, cuidar da alimentação e ter um estilo de vida saudável são medidas importantes para reduzir os riscos e prevenir o abortamento espontâneo. A consulta preconcepcional também é indicada para avaliar a saúde do casal e prepará-los para a gestação.

Quais as condutas indicadas pós-abortamento?

O abortamento é um momento muito delicado, por isso, é importante que a mulher receba apoio emocional do parceiro, da família e de amigos. A ajuda profissional também deve ser considerada para que a paciente consiga lidar com o trauma.

O fato da paciente ter passado por um abortamento espontâneo não a impede de ter filhos no futuro. A mulher pode tentar engravidar novamente após 1 a 2 meses do abortamento, caso se sinta confortável para isso. Em casos de abortamento de repetição, a paciente deve procurar ajuda médica para ser avaliada.

O aborto espontâneo é um evento comum durante o primeiro trimestre de gestação, afetando cerca de 20% das gestantes. Diversos fatores podem aumentar o risco de abortamento e, como vimos, a endometriose é um deles. A conduta mais indicada durante a gestação de pacientes com endometriose é ter um estilo de vida saudável e realizar o pré-natal.

O nosso objetivo com esse texto era mostrar a relação entre a endometriose e o aborto espontâneo. Como vimos, a doença é influenciada por diversos fatores. Se quiser se aprofundar nesse assunto, confira o nosso artigo institucional sobre a endometriose!

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