Dr. Luiz Flávio
A endometriose é uma das doenças mais comuns em mulheres em idade reprodutiva e estima-se que sua prevalência seja de, em média, 5% a 15% na população geral. A enfermidade está relacionada ao ciclo menstrual e aos principais hormônios que o regulam, isto é, o estrogênio e a progesterona.
A doença se caracteriza pela presença de células endometriais fora da cavidade uterina, geralmente no peritônio (membrana que reveste as paredes e órgãos abdominais), na região retrocervical, nos ovários, nas tubas uterinas, na bexiga e no intestino.
Durante o ciclo menstrual, o endométrio (camada que reveste a parede uterina) aumenta de espessura, sob ação hormonal, para receber o embrião e, quando isso não acontece devido à inexistência de uma concepção, as células se descamam e dão origem à menstruação. Este processo ocorre também com as células endometriais ectópicas (endometriose), sendo responsável por boa parte dos sintomas da doença.
Este texto tem como objetivo esclarecer como um dos estágios da doença, a endometriose peritoneal superficial, pode ser tratada. No entanto, além disso, concentra informações úteis sobre seu conceito, sintomas e diagnóstico. Se você sabe ou desconfia ser portadora desta enfermidade, acompanhe o artigo e descubra mais o que pode ser feito para solucionar o problema e recuperar sua qualidade de vida.
A endometriose peritoneal superficial é o estágio menos avançado da doença. Nessas situações, a doença desenvolve lesões rasas, com menos de 5 milímetros, no peritônio e, geralmente, apresenta sintomas mais leves.
A endometriose infiltrativa profunda, estágio mais avançado da doença, por outro lado, apresenta lesões com mais de 5 milímetros, não só no peritônio, como na superfície de alguns órgãos, o que pode gerar desconfortos mais intensos.
Na endometriose ovariana, a doença provoca o surgimento de endometriomas, cistos de endometriose, nos ovários.
As lesões causadas pela endometriose, portanto, variam de acordo com o estágio da doença. Além do tamanho e localização, podem apresentar apresentações diferentes.
É importante entender que, nem sempre, independentemente do estágio de evolução da doença, existirão sinais claros. Há mulheres que, embora tenham poucos focos de endometriose, sentem desconfortos e outras que, mesmo com lesões mais profundas, não apresentam sintomas.
No entanto, quando há sinais da doença, dismenorreia (cólicas menstruais), dispareunia (dores durante a relação sexual), dores pélvicas (que podem ser crônicas ou irregulares) e alterações urinárias ou intestinais — isto é, dificuldades ou desconfortos para urinar ou evacuar, além de mudanças na frequência —, costumam ser os sintomas mais comuns da enfermidade.
No entanto, mulheres com endometriose peritoneal superficial, costumam sentir cólicas menstruais e dificuldades para engravidar.
Embora a endometriose superficial seja o estágio menos avançado da doença, deve ser acompanhada por um ginecologista para evitar sua evolução. A investigação é realizada por meio de exame clínico e de imagens, como a ultrassonografia especializada para endometriose e a videolaparoscopia (quando indicado), que permitem mapear com mais totalidade a doença e indicar o tratamento ideal.
Em todos os casos, o objetivo principal do tratamento é proporcionar a melhora da qualidade de vida da mulher, se há desconfortos causados pela doença. No entanto, é importante analisar também os objetivos de maternidade da paciente para averiguar se o quadro influencia negativamente na fertilidade.
A endometriose pode ser tratada inicialmente com medicações hormonais, caso não haja contraindicações e conforme resposta da paciente.
A intervenção cirúrgica, no entanto, é o tratamento definitivo para a endometriose, especialmente se há contraindicações para o uso de hormonais, em caso de resultado insatisfatório ou se o tecido endometrial estiver em algumas localizações específicas.
O procedimento é realizado por meio de uma cirurgia minimamente invasiva, como a videolaparoscopia ou a cirurgia robótica assistida e costuma apresentar resultados satisfatórios, seja na redução dos sintomas, seja na recuperação da capacidade reprodutiva da mulher.
A endometriose é uma das doenças mais comuns em mulheres e caracteriza-se pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Seu estágio menos avançado, a endometriose peritoneal superficial, não costuma apresentar sintomas graves, por não ser profunda, mas existe a possibilidade de gerar alguns desconfortos, geralmente, cólicas menstruais intensas e infertilidade.
A doença pode ser controlada por meio de medicações hormonais e tratada, principalmente, com intervenção cirúrgica minimamente invasiva, procedimento que costuma apresentar boas chances de sucesso com redução dos desconfortos e recuperação da capacidade reprodutiva feminina.
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