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Menarca: o que é?

Menarca: o que é?

Dr. Luiz Flávio

A vida fértil da mulher começa com a menarca e termina com a chegada da menopausa. Durante todos os anos reprodutivos, os hormônios sexuais femininos funcionam de forma cíclica, estimulando os ovários e preparando o útero para uma possível gravidez. 

O funcionamento regular dos ciclos reprodutivos depende do equilíbrio hormonal e do estado da reserva ovariana. Quando a menopausa se aproxima, essa reserva já está muito baixa e os ciclos ovulatórios já não ocorrem como antes. A redução dos óvulos armazenados é progressiva, seguindo até o esgotamento completo da reserva e a interrupção das funções ovarianas.

Neste post, vamos explicar o que é menarca, o que é reserva ovariana e o que acontece com a fertilidade da mulher até a chegada da menopausa. Confira!

O que é menarca?

Menarca é a primeira menstruação e representa o ponto central da puberdade feminina, considerando tanto o aspecto clínico quanto o social. Quando o primeiro sangramento menstrual acontece sinaliza que a menina já ovula e é capaz de engravidar. 

A menarca acontece muito cedo na vida da mulher — entre 11 e 14 anos, ou ainda antes, em alguns casos — o que requer orientação médica e familiar para que a adolescente tenha informações claras e evite uma gravidez indesejada. 

Assim, a menarca é a linha divisória entra a infância e a vida reprodutiva da mulher. A partir de então, o corpo feminino trabalha de forma cíclica para desempenhar as funções relacionadas à fertilidade, como desenvolvimento e maturação dos óvulos e preparação do útero para uma possível implantação embrionária.

Para que a menarca aconteça — assim como as demais menstruações — vários hormônios atuam: os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), secretados pela hipófise, acionam os ovários que recrutam os folículos para o desenvolvimento.

Cada folículo ovariano guarda um ovócito primário. Conforme eles crescem, produzem pequenas doses de estrogênio, levando à proliferação das células do endométrio — tecido que reveste a parte interna do útero. 

O folículo dominante, aquele que se desenvolve mais que os outros, se rompe para liberar o óvulo. Após a ovulação, organiza-se em corpo-lúteo, que tem a função de produzir estrogênio e progesterona para deixar o endométrio receptivo para um embrião. 

Depois disso, quando o óvulo não é fertilizado, o corpo-lúteo regride, fazendo os níveis desses hormônios caírem. Assim, o endométrio descama e dá origem à menstruação.

O que é reserva ovariana?

Reserva ovariana é o nome que se dá à quantidade de óvulos armazenados nos ovários. A menina já nasce com essa reserva completa, o que significa que os óvulos não são produzidos ao longo da vida — ao contrário dos homens, que produzem espermatozoides até os 50 anos ou mais.

Quando a menina tem a menarca, sua reserva ovariana conta com aproximadamente 300 a 400 mil óvulos. A cada ciclo menstrual, vários deles são recrutados para o desenvolvimento, de forma que a reserva de óvulos reduz progressivamente ao longo da vida da mulher. 

Assim, vemos que a fertilidade feminina começa na adolescência, com a menarca, e reduz com o passar dos anos — o que acontece de forma mais evidente após os 37 anos, quando a reserva ovariana já está reduzida. 

Além da baixa quantidade de óvulos disponíveis, a qualidade oocitária também diminui com o avançar da idade, aumentando os riscos de alterações cromossômicas que podem ocasionar abortamentos ou até o desenvolvimento de síndromes fetais.

O que pode afetar a fertilidade antes da menopausa?

Até agora, vimos como as funções reprodutivas são estimuladas pelos hormônios no decorrer da vida fértil das mulheres. Durante os anos entre a menarca e a menopausa, a mulher pode engravidar, caso seu sistema reprodutor esteja em funcionamento adequado. No entanto, existem várias doenças e condições que podem afetar a fertilidade feminina, uma das principais é a endometriose.

Uma doença crônica, inflamatória e estrogênio-dependente, a endometriose acomete muitas mulheres em idade fértil, com prevalência de 5% a 15%. A característica principal é a presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, em órgãos como ovários, tubas uterinas, intestino e bexiga.

O endométrio que cresce fora do útero também é estimulado pelo estrogênio e provoca sangramentos nos órgãos atingidos pelas lesões endometrióticas. Assim, processos inflamatórios são desencadeados, provocando sintomas como cólicas menstruais intensas, dor pélvica, dor durante o ato sexual e dificuldades urinárias e intestinais cíclicas.

A endometriose pode se desenvolver a qualquer momento a partir da menarca, visto que é estimulada pela ação do estrogênio. No entanto, o diagnóstico pode ser demorado, levando anos para ser fechado. Em muitos casos, a mulher convive com as dores e acredita que isso é uma manifestação normal do período menstrual, chegando ao conhecimento de sua condição somente durante a investigação para infertilidade.

Muitas outras informações sobre essa doença, como causas, classificações, exames necessários para o diagnóstico e formas de tratamento, você vê em nosso texto exclusivo sobre endometriose!

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