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O que é fecundação?

O que é fecundação?

Dr. Luiz Flávio

A fecundação ocorre quando os gametas feminino e masculino se unem nas tubas uterinas para dar origem a um embrião. A produção e o desenvolvimento dos gametas fazem parte do processo de gametogênese, portanto são etapas fundamentais do processo de reprodução humana.

Os gametas são as células sexuais, necessárias para formar um novo ser humano. Os gametas femininos são os óvulos, que ficam armazenados nos ovários, onde também se desenvolvem e amadurecem para serem liberados durante a ovulação, ciclo após ciclo. Já as células sexuais masculinas são os espermatozoides, produzidos nos testículos. 

Vamos, com este texto, explicar o que é e como ocorre a fecundação. Leia o post na íntegra para entender! 

O que é fecundação?

Fecundação e fertilização são termos que correspondem ao momento em que um espermatozoide penetra no óvulo. Quando ocorre a fusão dos dois gametas, forma-se uma célula única, chamada zigoto, que começará a se desenvolver e, após sucessivas clivagens (divisões celulares), dará origem a um embrião em estágio adequado para se fixar na parede uterina. 

O processo de fecundação também depende da ação de vários hormônios, uma vez que essas substâncias regulam o ciclo menstrual e a ovulação, bem como a produção de espermatozoides. Portanto, o equilíbrio hormonal é necessário para aumentar as chances de que o óvulo seja fertilizado.

Normalmente, somente um óvulo é liberado e fecundado, originando um zigoto e, normalmente, apenas um embrião. No entanto, pode ocorrer a liberação de dois óvulos em um mesmo ciclo e duas fecundações, gerando gêmeos dizigóticos. Outra possibilidade de gestação gemelar envolve a poliembrionia, que dá origem aos gêmeos monozigóticos, também chamados de gêmeos idênticos ou univitelinos.

Na poliembrionia, apenas um óvulo é fertilizado, mas o zigoto se divide e forma dois embriões. Vale dizer que a gestação múltipla não acontece com polispermia — fenômeno em que dois ou mais espermatozoides fecundam o mesmo óvulo —, pois isso formaria um ser anômalo, triploide, isto é, com mais conjuntos cromossômicos que o normal.

Cada gameta carrega 23 cromossomos. A fusão do óvulo com o espermatozoide forma um embrião com 46 cromossomos (23 pares). Quando ocorrem alterações nesse número, a criança se desenvolve com alguma síndrome, a exemplo da síndrome de Down, caracterizada por 3 cópias do cromossomo 21.

Como a fecundação acontece?

A fecundação está relacionada ao ciclo menstrual, visto que depende da ovulação. Então, para explicar o que acontece para o óvulo ser fecundado, é necessário relembrar sumariamente como ocorre o ciclo reprodutivo feminino.

O ciclo menstrual é dividido em três fases. A primeira delas é a fase folicular, que começa com a menstruação. Após o período menstrual, os hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), secretados pela hipófise, estimulam a função dos ovários, os quais passam a desenvolver vários folículos.

Os folículos são as unidades funcionais dos ovários, são eles que armazenam os óvulos ainda imaturos. Sob estímulo dos hormônios hipofisários, eles crescem e um deles se torna dominante, isto é, se desenvolve mais que os outros para liberar o óvulo. 

Quando a ovulação acontece, o óvulo é captado pelas fímbrias da tuba uterina. No interior da tuba, o gameta feminino fica por até 1 dia. Com a relação sexual, se o casal não fizer uso de nenhum tipo de contraceptivo, os espermatozoides são lançados no corpo feminino e migram até as tubas. Assim que um deles alcança o óvulo, a fecundação se realiza.

Se houver fecundação, o embrião começa a se desenvolver a partir da célula única, o zigoto, e é conduzido para o útero devido à mobilidade da tuba uterina. Com 5 dias de desenvolvimento, o embrião, já em estágio de blastocisto, está pronto para se implantar na parede do útero, iniciando, assim, a gestação.

Importante deixar claro que fecundação e implantação embrionária são situações diferentes. A primeira, como vimos, consiste no momento em que o espermatozoide penetra no óvulo, dando origem ao zigoto. Já a implantação, também conhecida como nidação, corresponde ao processo em que o blastocisto se fixa no útero, cerca de 5 dias após a fertilização.

Para que a implantação seja bem-sucedida, o endométrio, camada interna do útero, deve estar espesso e receptivo. São os hormônios produzidos pelo corpo-lúteo — estrutura formada pelos resíduos do folículo ovariano rompido — que garantem as características adequadas ao tecido endometrial. O estrogênio estimula o crescimento do tecido, enquanto a ação da progesterona favorece a receptividade.

Nos ciclos menstruais em que a fecundação não ocorre, o corpo-lúteo regride alguns dias após a ovulação, reduzindo os níveis de estrogênio e progesterona. Com isso, o endométrio descama e a menstruação acontece, marcando o começo de outro ciclo reprodutivo.

O que pode interferir no processo de fecundação?

Várias doenças e condições podem dificultar ou até mesmo impedir que a fecundação aconteça, tais como:

  • falhas na ovulação, devido a disfunções ovarianas e alterações hormonais;
  • obstrução tubária causada por endometriose, infecções ou laqueadura;
  • condições masculinas, como pouca quantidade ou baixa motilidade dos espermatozoides; 
  • baixa qualidade dos gametas.

Diante disso, vale ressaltar a importância do acompanhamento regular com um profissional de ginecologia. As consultas periódicas são fundamentais para identificar e tratar alterações ginecológicas de forma precoce e cuidar da fertilidade da mulher, possibilitando que a fecundação aconteça naturalmente quando ela desejar engravidar.

Leia agora o texto sobre endometriose e conheça essa doença, que é uma das causas de falhas no processo de fecundação.

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