Dr. Luiz Flávio
O endométrio é o tecido que reveste a camada interna do útero, local em que o embrião se implanta para iniciar a gravidez. Esse tecido pode ser acometido por doenças como pólipos endometriais.
As alterações patológicas do endométrio costumam trazer transtornos para a vida cotidiana das mulheres tanto no período reprodutivo quanto após a menopausa, sendo necessário acompanhamento e tratamento médico especializado.
Essa camada mais interna do útero é um tecido glandular e proliferativo que sofre alterações durante o ciclo menstrual a fim de receber o embrião. Quando não há fecundação, é o endométrio que descama em forma de menstruação.
Algumas alterações na fisiologia do próprio endométrio ou mesmo mudanças na secreção ou absorção dos hormônios que atuam ciclicamente sobre ele podem levar ao aparecimento de sintomas que indicam seu funcionamento atípico. O sangramento anormal em volume e frequência pode indicar a presença de doenças.
A polipectomia é um procedimento cirúrgico no qual são retirados pólipos endometriais. Leia o texto para saber mais detalhes sobre a cirurgia.
Os pólipos endometriais são protuberâncias que surgem no endométrio como resultado de proliferações celulares anormais, ainda que muitas vezes benignas. Podem aparecer de forma múltipla ou única; podem ser completamente aderidos à parede do endométrio ou presos a ela por alongamentos celulares que funcionam como pedículos; e podem ter tamanhos dos mais variados.
O aparecimento de pólipos está mais relacionado à idade, sendo raros em mulheres com menos de 30 anos. Está associado também ao uso de Tamoxifeno.
A maioria dos casos de pólipos endometriais é assintomática, ou seja, não tem um conjunto de sintomas que alerte para sua existência, mas alguns casos apresentam sinais frequentes de sangramento anormal em volume e frequência, em diversos momentos do ciclo menstrual e na pós-menopausa, e infertilidade.
Algumas pesquisas apontam a presença de pólipos endometriais como fator precursor de alguns tipos de carcinomas que acometem o endométrio, porém não há consenso sobre essa ligação direta entre as duas doenças.
Ainda assim, alguns fatores parecem aumentar a incidência desse tipo de formação celular, como hipertensão, obesidade, diabetes e a pós-menopausa. Cerca de 5,4% das mulheres com pólipo endometrial que estavam na pós-menopausa apresentaram pólipos malignos, enquanto a mesma associação acomete 1,7% das mulheres em pré-menopausa.
Dependendo das características dos pólipos, eles podem regredir em 1 ano depois de seu surgimento, mas não há fator que possa prever seu comportamento.
Tendo em vista a diversidade de tipos celulares, sendo eles funcionais ou não, que compõe os pólipos endometriais, o tratamento hormonal tem poucas chances de oferecer bons resultados.
Precisamente por isso, a polipectomia ou extração cirúrgica dos pólipos é uma boa possibilidade para tratar os diversos casos de pólipos endometriais com altos índices de sucesso.
Ela é indicada em casos de pólipos maiores de 15 mm, pólipos múltiplos e na presença de dificuldade reprodutiva, revertendo esse quadro, quando ele é o único fator de infertilidade.
A polipectomia é o procedimento de extração mecânica e não medicamentosa dos pólipos endometriais, aconselhado como a abordagem mais eficaz de tratamento, na maior parte dos casos. A incerteza de seu comportamento faz com que a extração dessas formações celulares seja uma indicação a ser considerada.
A polipectomia têm uma taxa de sucesso de 90% em mulheres que apresentam sangramento após a menopausa e foram submetidas ao procedimento. Ainda assim, pólipos podem apresentar recorrência após tratamento, sendo necessário o acompanhamento constante do quadro.
É um procedimento minimamente invasivo realizado por histeroscopia.
O procedimento pode ser feito de duas formas. A polipectomia histeroscópica é uma técnica semelhante à endoscopia, em que uma microcâmera é introduzida no canal vaginal até o útero e, a partir das imagens dessa câmera localizam-se os pólipos, extraindo-os com uma pinça, sem o uso de corrente elétrica. Esse procedimento pode ser feito fora do ambiente hospitalar.
Já a polipectomia feita em ambiente hospitalar demanda internação da paciente de 1 dia, e é feita sob anestesia. Os pólipos são retirados também através do canal vaginal, porém com uso de alça de ressecção acoplada à corrente elétrica.
A indicação da realização dessa cirurgia deve ser feita pelo profissional, baseada em resultados de exames, identificação dos pólipos endometriais e a correta discussão com a paciente, orientando-a acerca de todas as possibilidades.
O pós-operatório geralmente é rápido e é bastante raro que esse procedimento resulte em complicações, mas existem casos que podem incluir infecção e sangramentos internos ou externos, dor e desconforto intensos, febre, inchaço, corrimento com odor desagradável, até mesmo náuseas e vômitos. Nesses casos, recomenda-se que procure o pronto socorro e avise a equipe médica que fez a cirurgia.
A polipectomia é uma cirurgia minimamente invasiva que tem como objetivo remover os pólipos endometriais. Saiba mais sobre essa cirurgia.