Dr. Luiz Flávio
A detecção precoce de alterações em células do colo do útero pode oferecer chances maiores de tratamento. O principal exame de rotina para detectar esse tipo de alteração é o papanicolaou. Com esse exame, é possível detectar alterações nas células cervicais que indicam aparecimento de doenças que podem evoluir para câncer no futuro.
A detecção e prevenção com exames como o papanicolaou é o primeiro passo para interromper o possível desenvolvimento de problemas de saúde. Os exames de rotina têm esse objetivo. Outros importantes são a ultrassonografia transvaginal, a colposcopia, a mamografia, entre outros.
Continue lendo para saber mais sobre como é feito o exame de papanicolaou, o que esperar durante seu procedimento, com qual frequência a pessoa deve fazer e muito mais!
O câncer de colo do útero continua sendo uma das maiores causas de morte entre as mulheres no mundo, principalmente nos países subdesenvolvidos, onde ainda a prevenção não é feita de maneira adequada.
O colo uterino é a parte inferior do útero e apresenta uma parte interna e externa, que se localizada na parte superior da vagina, esta última que pode ser visualizada no exame especular (parte do exame ginecológico obrigatório).
O colo é pequeno e estreito e divide a vagina do útero. Sua função, entre outras, é de garantir a passagem dos espermatozoides para a fecundação e a eliminação do fluxo sanguíneo menstrual. É também por ele que o bebê sai durante o parto.
Ele apresenta dois tipos diferentes de células: endocérvix (glandulares) e ectocérvix (escamosas).
A melhor forma de detectar o câncer do colo do útero é realizando exames regulares, como o papanicolaou, também conhecido como citologia oncológica cervical.
O papanicolaou pode sugerir presença de infecções virais, como o papilomavírus humano (HPV), conhecido também por causar o principal tipo de câncer cervical, o carcinoma de células escamosas.
A incidência de câncer e as mortes por câncer do colo do útero diminuíram significativamente ao longo dos anos devido à prevenção, triagem e detecção precoce pelo exame de papanicolaou. A maioria dos resultados alterados do exame de papanicolaou indica estágios iniciais da doença ou lesões pré-malignas, que, quando não tratadas, podem evoluir para câncer.
O papanicolaou é um exame de rotina. Em geral, recomenda-se iniciar o exame de papanicolaou após o início da vida sexual ou aos 21 anos e repeti-lo, pelo menos, em intervalos de três anos.
Para que o exame não sofra interferências, há uma preparação:
Evitar ter relações sexuais por dois dias antes do exame.
Evitar duchas, medicamentos vaginais, espumas, cremes ou geleias espermicidas por dois dias antes de fazer um exame de papanicolaou, já que eles podem mascarar as células anormais e alterar os resultados.
Evitar agendar o exame de papanicolaou durante o período menstrual.
O exame de papanicolaou é realizado na clínica e é rápido. A paciente retira a roupa da cintura para baixo e veste o avental.
Então ela se deita sobre a mesa de exame para que seja inserido o espéculo, instrumento ginecológico que permite uma análise melhor do colo do útero. É normal que durante a inserção do espéculo a paciente sinta uma pequena pressão na área pélvica.
Em seguida, o médico coleta amostras de células cervicais usando uma escova e um dispositivo de raspagem que não causa dor. Essa amostra de células cervicais e do muco obtida do colo do útero é enviada ao laboratório clínico para análise a fim de examinar as células.
Durante o exame, pode ocorrer algum desconforto, mas a grande maioria das mulheres afirma não sentirem absolutamente nada além da pequena pressão ou cólica. O exame não deve ser doloroso. Caso você sinta dor, informe o médico.
Após o exame de papanicolaou ter sido feito e a amostra de células coletada do colo do útero enviada para a análise laboratorial, o próximo passo é esperar pelos resultados. Os resultados podem ser:
Um resultado normal indica que não há motivos para preocupação, pois não há alterações no colo do útero.
Se células doentes forem identificadas no exame de papanicolaou, o resultado será considerado alterado. Porém, nem sempre um resultado alterado significa que a paciente tenha câncer cervical. Isso depende do tipo de célula identificada no exame.
Assim, dependendo do que os resultados do exame mostrarem, o médico pode recomendar:
O médico pode analisar novamente a amostra para verificar a presença de vírus conhecidos por promover o desenvolvimento de câncer, tal como o HPV.
Um dos maiores riscos que a pessoa poderá correr ao identificar esses vírus e não tratar é o aparecimento de câncer cervical que pode se espalhar para outros órgãos. Entretanto, é importante salientar que a simples presença do HPV não exige tratamento, mas sim quando ele causa lesões cervicais, ou seja, tratamos as lesões causados por ele, e não o próprio.
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