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Quem teve câncer de mama pode engravidar e amamentar?

Quem teve câncer de mama pode engravidar e amamentar?

Dr. Luiz Flávio

Mesmo com os avanços da medicina sobre a prevenção e o tratamento do câncer de mama, esse continua sendo um diagnóstico difícil de receber. Não somente pelos riscos conhecidos que o câncer pode trazer, inclusive para a amamentação, mas também pelas consequências do próprio tratamento oncológico, entre elas a infertilidade.

Segundo o INCA, o câncer de mama é o câncer mais prevalente em mulheres. A alta incidência levanta questões importantes, especialmente aquelas relacionadas às consequências que a doença e o tratamento podem trazer para a fertilidade, da gestação à amamentação.

Paralelamente, é grande também o interesse em buscar meios de minimizar os danos que o câncer de mama pode trazer à qualidade de vida da mulher, incluindo sua integridade psíquica, já que, além de todos os problemas relacionados à doença, a infertilidade decorrente do tratamento ou os problemas relacionados à amamentação podem frustrar o planejamento familiar dessas mulheres.

Acompanhe o texto a seguir e entenda melhor o que é o câncer de mama e as possibilidades de maternidade.

Câncer e infertilidade: entenda os efeitos do tratamento

A radioterapia e a quimioterapia são as principais formas de abordagem adjuvante para a maior parte dos tipos de câncer, e, entre eles, a quimioterapia é o tratamento que apresenta maior taxa de sucesso, tanto no que tange a possibilidade de continuar a vida livre de doença, quanto na sobrevida global, que inclui a fertilidade, especialmente em mulheres diagnosticadas com câncer de mama.

É importante lembrar que também as taxas de reincidência da doença são maiores que as da maior parte dos carcinomas.

Além disso, o câncer de mama em mulheres mais jovens é associado com maiores dificuldades no tratamento e taxas de recorrência, quando comparado com as que recebem o diagnóstico com mais idade.

No entanto, a quimioterapia tem um impacto negativo significativo na função endócrina e reprodutiva da mulher, afetando o funcionamento dos ovários e levando a um quadro de insuficiência ovariana, além de aumentar o risco de osteoporose, doenças cardiovasculares e perda de libido.

Estudos mostram que a medicação usada na quimioterapia pode causar a diminuição da reserva ovariana pela morte dos folículos primordiais, presentes nos ovários. Porém, o exato funcionamento do mecanismo de diminuição da reserva ovariana em mulheres que passam pela quimioterapia ainda não foi completamente elucidado. 

Preservação oncológica da fertilidade

É bastante comum que mulheres em idade reprodutiva que são diagnosticadas com câncer de mama se preocupem especialmente com seu potencial reprodutivo após a quimioterapia. Apesar dessa preocupação, também é comum que haja certo desconhecimento acerca das técnicas para preservação da fertilidade.

A preservação da fertilidade é uma das possibilidades de garantir que os planos de ter filhos, mesmo após os tratamentos para o câncer de mama, não sejam frustrados. Não é obrigatório a mulher recorrer a esse procedimento, porém é aconselhável, especialmente nos casos de câncer de mama, cujo tratamento é mais intenso, e quando o câncer, e consequentemente a quimioterapia, são reincidentes.

Quando a mulher opta pela preservação oncológica da fertilidade, seus óvulos ou embriões – geralmente os óvulos – são criopreservados, ou seja, congelados e mantidos em temperatura extremamente baixa.

O congelamento de óvulos e embriões tem como objetivo preservar sua integridade e estabilidade genética por um longo período de tempo, para que a mulher possa utilizá-los quando estiver recuperada.

É possível engravidar mesmo após o tratamento?

Apesar dos danos que o tratamento para o câncer de mama conhecidamente traz para a fertilidade da mulher, há algumas mulheres que passam pela quimio e radioterapia com sucesso e sem apresentar problemas relevantes na fertilidade, especialmente após o final do tratamento. No entanto, em geral, a fertilidade é prejudicada.

As reais condições da fertilidade da mulher que passou pelo tratamento para o câncer de mama só podem ser determinadas por uma rigorosa investigação médica, que começa na consulta preconcepcional.

Inclusive para aquelas que não recorreram à preservação oncológica da fertilidade e encontram dificuldades para engravidar após a completa recuperação do câncer de mama, as técnicas de reprodução assistida podem ser uma opção, mas depende de outros fatores.

É importante lembrar que optar pelo congelamento de óvulos e embriões melhora consideravelmente as chances de obter uma gestação de sucesso nesses casos, portanto é importante que essa possibilidade seja analisada com atenção.

Câncer de mama e amamentação

Uma das preocupações centrais da maior parte das mulheres que recebem esse diagnóstico – e que pretendem engravidar após o tratamento – é a possibilidade de a doença prejudicar também a amamentação.

Nos casos mais severos, em que a mastectomia se faz necessária, o aleitamento pode ser prejudicado ou até mesmo impossibilitado.

No entanto, quando os tratamentos oncológicos conseguem erradicar o câncer de mama, o aleitamento materno não é necessariamente prejudicado.

Cada mulher é diferente e reage de forma específica a qualquer tipo de tratamento, portanto cada caso precisa ser avaliado individualmente.

Compartilhe esse conteúdo em suas redes sociais e ajude outras pessoas a entender as possibilidades de engravidar e amamentar mesmo após o tratamento para o câncer de mama!

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