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SOP: como é feito o tratamento?

SOP: como é feito o tratamento?

Dr. Luiz Flávio

Os ovários são órgãos fundamentais para o bom funcionamento do sistema reprodutor feminino e para a saúde da mulher como um todo. Esses dois órgãos em formato ovoide, localizados na extremidade final das tubas uterinas, são responsáveis pela produção dos principais hormônios sexuais femininos, estrogênio e progesterona.

Esses e outros hormônios mantêm em pleno funcionamento os ciclos menstruais, um importante indicador da saúde feminina. É pela ação dos hormônios que, a cada ciclo, um dos ovários libera um óvulo para ser fecundado e, caso isso não ocorra, a mulher menstrua novamente.

Quando existe um desequilíbrio hormonal no corpo feminino, não só as funções sexual e reprodutiva são afetadas, mas a saúde e a qualidade de vida da mulher de maneira geral. Uma das doenças causadas pela disfunção hormonal feminina, que frequentemente prejudica a autoestima das pacientes, é a síndrome dos ovários policísticos (SOP), que afeta de 5% a 20% das mulheres em idade reprodutiva. Saiba mais neste artigo.

O que é SOP e quais são os seus sintomas?

A SOP é uma doença endócrina caracterizada por uma disfunção na produção dos hormônios femininos. Com isso, ela interfere no processo ovulatório e causa outros sintomas ligados ao fator hormonal, como o surgimento de características masculinizantes como pelos no rosto e acne.

A principal diretriz para diagnóstico da SOP está no Consenso de Roterdã, um documento internacional que determina que uma paciente seja considerada portadora da síndrome deve apresentar pelo menos dois dos seguintes critérios:

  • Oligomenorreia e/ou anovulação: a oligomenorreia consiste em menstruações irregulares, normalmente mais longas do que o normal. Já a anovulação é a ausência da ovulação;
  • Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial: mulheres com SOP têm altas taxas de androgênios (hormônios masculinos). Isso leva ao aumento de características masculinas, como o aumento da presença de pelos no rosto e no corpo, maior oleosidade na pele, acne e queda de cabelo. Esse quadro muitas vezes acaba por afetar a autoestima da mulher;
  • Ovários policísticos: são aqueles com 12 ou mais folículos de 2 mm a 9 mm de diâmetro ou com volume igual ou maior do que 10 cm3.

Apesar de não ser propriamente um sintoma de SOP, o sobrepeso é frequente em mulheres com a síndrome (atinge cerca de 50% das pacientes), e pode ser um desencadeador ou complicador da doença. Além disso, a obesidade acaba sendo outro fator, principalmente quando associada ao hiperandrogenismo e à infertilidade (presente em aproximadamente 75% das mulheres com SOP), que causa baixa autoestima e diminui a qualidade de vida da mulher.

É comum que os primeiros sintomas da SOP surjam durante a adolescência. No entanto, nessa fase a doença pode ser um pouco difícil de diagnosticar, uma vez que fatores característicos da síndrome, como ciclos menstruais irregulares e acne, são bastante comuns nessa faixa etária.

Como é feito o diagnóstico?

A suspeita de SOP normalmente parte da queixa de infertilidade ou do relato da mulher sobre menstruações irregulares ou relacionadas a características androgênicas, como acne, aumento de pilificação, oleosidade.

Para verificar se a mulher tem pelo menos dois dos sintomas estabelecidos pelo Consenso de Roterdã, são realizados ainda principalmente:

  • Uma ultrassonografia transvaginal, para visualizar os ovários e identificar a presença ou não de microcistos, além do volume ovariano.
  • Exames de sangue para avaliar os níveis hormonais da paciente.

Quais os possíveis tratamentos para SOP?

A primeira orientação para as pacientes com SOP, em geral, é a mudança de hábitos com o objetivo de perder peso, com a adoção de uma dieta balanceada e da prática regular de uma atividade física. Sobretudo as que apresentam obesidade costumam se beneficiar dessa mudança, tanto pela melhora da qualidade de vida quanto pelo restabelecimento dos ciclos ovulatórios.

Outra possibilidade, a fim de regularizar os ciclos menstruais e os sintomas de hiperandrogenismo, é o uso de hormônios, na forma de anticoncepcionais orais. No entanto, caso a mulher apresente infertilidade e tenha a intenção de engravidar, essa não é a estratégia mais adequada.

Aquelas que apresentam aumento de resistência à insulina, medicações insulinossensibilizantes, como a metformina, podem ser úteis.

Com o restabelecimento dos níveis hormonais do organismo, a mulher tende a ter ciclos menstruais regulares, o que pode facilitar as tentativas de uma gravidez natural. Se mesmo com esses tratamentos isso não for possível, e o casal tiver o desejo de engravidar, é possível recorrer a técnicas de reprodução assistida, como relação sexual programada (ou coito programado), inseminação intrauterina (mais conhecida como inseminação artificial) ou fertilização in vitro (FIV).

A SOP, portanto, é uma doença capaz de afetar a autoestima da mulher, sobretudo devido aos sintomas do hiperandrogenismo e à sua relação com a obesidade. Fique atenta aos sintomas e informe seu ginecologista sobre quaisquer alterações. Com uma investigação detalhada é possível diagnosticar e tratar a síndrome, melhorando os sintomas e, consequentemente, sua qualidade de vida. Para saber mais sobre SOP, toque aqui.

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