Dr. Luiz Flávio
O papilomavírus humano — mais conhecido pela sigla HPV — é uma das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) mais comuns no mundo. Nas mulheres, a falta de tratamento provoca graves consequências, como, principalmente, o câncer do colo do útero. Para evitar esses casos, a vacina contra HPV é a melhor forma de prevenção.
O HPV é uma doença complexa pois, na maioria dos casos, não manifesta sintomas. A sua transmissão acontece por contato direto com uma pessoa infectada, principalmente, durante a relação sexual.
Continue a leitura para saber mais sobre um dos tipos mais comuns de DST. Vamos abordar a sua relação com o câncer do colo do útero e, principalmente, como a vacina contra HPV pode prevenir as complicações sérias que essa doença pode causar.
Vamos lá?
O que é HPV e como ele é transmitido?
O HPV (do inglês Human Papiloma Virus) é um agente infeccioso com mais de 150 tipos diferentes, que atingem principalmente o trato genital. Nas mulheres, ele é, principalmente, encontrado no canal vaginal e no colo do útero. Entretanto, também podem ser encontrados na região anal e cavidade oral.
Existem diferentes tipos de HPV, divididos em alto e baixo risco. Alguns podem desenvolver verrugas genitais e outros, provocar câncer. Por isso, duas pessoas contaminadas podem apresentar sintomas e riscos diferentes mesmo sendo diagnosticadas com a mesma doença, sendo que a maioria é assintomática.
Sintomas
O HPV é assintomático na maioria dos casos, facilitando a sua transmissão. O vírus também pode ficar um longo tempo no organismo sem provocar nenhum sintoma. Em geral, o surgimento de verrugas na região genital é o sinal mais comum da doença.
Formas de prevenção
A principal forma de transmissão do HPV é por contato sexual (via oral, vaginal ou anal). Desse modo, a melhor estratégia para a prevenção é o uso de preservativos em todas as relações sexuais.
O papanicolaou é o principal exame para detectar as alterações citológicas causadas pelo HPV, sendo indicado para detectar precocemente o câncer do colo do útero. Por isso, manter em dia os exames ginecológicos de rotina é uma medida importante para a saúde da mulher. Para verificar a sua presença, a captura híbrida é o exame indicado e, quando identificadas alterações nos exames citológicos, deve-se realizar a colposcopia para avaliar se há lesão instalada.
Se não for tratado, quais são as complicações do HPV?
O HPV é uma doença complexa, podendo causar complicações graves se não for identificada e tratada corretamente. O maior risco é o câncer do colo do útero.
As lesões pré-cancerígenas são associadas aos tipos de HPV de alto risco. São eles: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59. Os dois primeiros são os mais relacionados aos casos de câncer do colo do útero e de outros locais, como ânus e vagina.
Essas lesões, quando não são tratadas precocemente, podem evoluir para o câncer. O câncer de colo uterino está entre as maiores causas de mortes por câncer de mulheres do Brasil. Ele ocorre quando o organismo não consegue se defender da infecção e passa a desenvolver células anormais, que podem progredir para um câncer.
Quais são os benefícios da vacina contra HPV?
A vacina contra HPV é a medida mais efetiva para prevenir a doença e o risco de câncer do colo do útero. A sua forma quadrivalente evita a contaminação dos seguintes tipos de HPV: 6, 11, 16 e 18. Os dois primeiros são os principais responsáveis pelo surgimento de verrugas genitais e os dois últimos, como já vimos, pelos casos de câncer.
No Brasil, existem dois tipos de vacinas disponíveis: a quadrivalente (protege dos tipos 6, 11, 16 e 18) e a bivalente (protege dos tipos 16 e 18). A vacina contra HPV está disponível na rede pública e na rede privada.
A imunização é realizada em 2 doses com intervalo de 6 meses entre elas.
O Ministério da Saúde, anualmente, promove uma campanha de vacinação para meninos e meninas entre 9 a 14 anos. Nessa faixa de idade, a maioria não iniciou a vida sexual e não teve contato com o vírus, tornando a vacina mais eficaz.
Existe tratamento do HPV?
O HPV pode ser eliminado naturalmente do organismo quando a paciente está com o sistema imunológico em bom funcionamento. Porém, não existe um tratamento direcionado para eliminar o vírus em si, apenas tratar as lesões causadas por ele.
Nos casos em que a doença se manifesta, o tratamento é definido com base nos sintomas apresentados. As verrugas, em geral, podem ser retiradas com substâncias químicas ou laser.
O HPV é transmitido por meio do contato com a pele ou as mucosas de uma pessoa infectada, principalmente, por via sexual. Em casos graves, ele pode provocar alterações que podem evoluir para o câncer, especialmente, o do colo do útero. A vacina contra HPV é uma boa forma de prevenir as complicações causadas pela doença.
Nesse artigo, o nosso foco foi a vacina contra HPV. Se você quiser saber mais sobre a doença em si, leia o nosso material completo sobre o HPV!