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Endometriose e endométrio: qual a relação?

Endometriose e endométrio: qual a relação?

Dr. Luiz Flávio

A endometriose é uma doença hormonal, inflamatória muito comum, e que costuma atingir de 6% a 10% das mulheres no mundo. Cerca de 75% a 80% das mulheres que apresentam dores crônicas na pelve possuem endometriose. 

Apesar de bem conhecida, a maioria das pessoas não possui muitas informações sobre a endometriose, o que faz com que, em geral se pense que é muito mais grave do que realmente é. 

Esta é uma doença que se caracteriza pela formação de focos endometrióticos fora da cavidade uterina, podendo atingir diferentes regiões, como as tubas uterinas, ovários, bexiga e intestinos. Costuma afetar mulheres em idade reprodutiva, inclusive na adolescência.

Muitas vezes a endometriose não causa sintomas, principalmente em suas fases iniciais. No entanto, quando a doença é diagnosticada tardiamente e não é tratada adequadamente, pode chegar a causar muita dor e se tornar bastante grave – inclusive podendo levar a mulher a infertilidade, ou a necessidade da remoção de órgãos afetados.

Costuma ser uma doença mais fácil de tratar quando mais leve, porém de difícil diagnóstico. Isso também faz com que a doença seja descoberta na maioria das vezes, quando se encontra mais avançada. 

O tratamento nos casos leves de endometriose costuma ser mais simples, sendo administrados medicamentos hormonais – para controlar o crescimento dos focos endometrióticos – e outros fármacos para aliviar as dores. 

Em outros casos, mais complicados, pode ser necessário a remoção cirúrgica dos focos endometrióticos ou das estruturas em que se desenvolveram – quando já muito afetadas.

Fique conosco na leitura deste texto para entender mais sobre a endometriose e sua relação com o endométrio. 

Boa leitura!

O que é endometriose? 

A endometriose, como mencionamos previamente, é uma doença que se caracteriza pela presença e crescimento de focos endometrióticos, ou seja, pequenos pedaços semelhantes ao endométrio, fora do útero. 

Estes focos acabam aderindo a outros órgãos no interior da região pélvica, no exterior da cavidade uterina, podendo afetar o próprio útero (perimétrio em contato com o peritônio), a bexiga, tubas uterinas, além de outras regiões próximas.

Assim como outras doenças que atingem as mulheres, como miomas uterinos e pólipos endometriais, a endometriose é estrogênio dependente. Isso significa que seu crescimento e a intensidade dos sintomas estão diretamente relacionadas com a atividade deste hormônio.

Quando o organismo detecta estes focos de endométrio ectópicos, que não deveriam existir fora do útero, o sistema imunológico “dispara” um alerta, considerando estas células endometriais como invasoras. A reação a este evento é o desencadeamento de um processo inflamatório e a convocação de diversas células imunológicas, como as NK (natural killers). 

A inflamação resultante desta defesa produz a maior parte dos sintomas da endometriose, que além de sinais como dor intensa, podem incluir prejuízos ao funcionamento das estruturas em que os focos endometrióticos se encontram.

Quando, por exemplo, afeta os ovários, tubas uterinas, a endometriose pode deixar a mulher com dificuldade de engravidar de forma espontânea.

O principal sintoma da endometriose é a dor na região pélvica, porém pode apresentar outros sinais, como:

  • Cólicas menstruais intensas;
  • Sensação de cansaço (fadiga);
  • Problemas no funcionamento da bexiga ou intestinos, principalmente no período menstrual;
  • Dor durante o ato sexual;
  • Dor na região pélvica;
  • Dor pré-menstrual;
  • Infertilidade.

O diagnóstico da doença é feito por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica com preparo intestinal. Quando somente a realização deste exame ainda não é conclusiva, normalmente se faz necessária a realização de uma videolaparoscopia.

O tratamento da endometriose é feito com medicamentos para aliviar os sintomas, anti-inflamatórios e medicamentos hormonais – usados para controlar o desenvolvimento da doença. 

Para que o problema seja realmente resolvido, contudo, na maioria dos casos é feita a retirada cirúrgica dos focos endometrióticos. Em algumas situações, quando a doença já atingiu de maneira mais severa as estruturas em que está alojada, pode ser necessária a remoção do órgão afetado.

O que é o endométrio?

O útero é o órgão responsável por nutrir e proteger o bebê desde a formação do embrião até o fim da gestação. É uma estrutura muscular oca, cujas paredes são formadas por três camadas: o perimétrio – a camada mais externa da parede uterina – o miométrio – camada muscular e intermediaria – e o endométrio, que é a camada de revestimento da cavidade uterina.

O endométrio tem um papel fundamental no sistema reprodutivo feminino, modificando-se a cada ciclo menstrual, devido às alterações hormonais que ocorrem naturalmente na mulher. Nesse sentido, o endométrio modifica sua estrutura morfológica, aumentando de espessura, para poder receber um embrião recém formado, após a fecundação do óvulo nas tubas uterinas.

Quando a fecundação não acontece, ocorre uma queda nas taxas hormonais e o endométrio começa um processo de descamação. Este processo produz os sangramentos característicos da menstruação, pelos quais o endométrio é descartado.

Endometriose e endométrio: qual a relação?

Existem diversas teorias sobre as causas da endometriose, sendo a teoria de Sampson uma delas.

Esta teoria propõe que a causa da endometriose se dá quando, durante a menstruação, pequenos fragmentos do endométrio – que saem junto com os sangramentos menstruais – eventualmente fazem caminho inverso e acabam chegando às regiões da pelve, fora da cavidade uterina. Este fenômeno recebe o nome de menstruação retrógrada. 

Segundo esta teoria, uma vez fora da cavidade uterina, estes fragmentos do endométrio poderiam se alojar em diversas estruturas e gerar a inflamação que caracteriza a endometriose.

Eles também podem continuar a se desenvolver, aumentando a quantidade e o tamanho dos focos. Para tais eventos, faz-se necessário uma resposta imunológica específica, assim como depende de características dessas células. 

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